Simeão e Ana – um abraço ao projeto do Menino!

 Simeão e Ana – um abraço ao projeto do Menino!

Simeão e Ana – um abraço na felicidade e na fidelidade ao projeto do Menino!

sagradafamilia

A liturgia desse último dia do ano de 2017 nos provoca a contemplar a família de Jesus. Desafios e perspectivas nos envolvem quando o assunto é “família” o que, não raro, causa dissabores e alegrias. Importante, celebrando a Família de Nazaré, dentro do Ano das Leigas e dos Leigos, compreender a necessidade de cuidar das relações para a convivência familiar. Jesus, Maria e José viveram a intensidade da benquerença, mesmo, muitas vezes, terem de enfrentar as contradições das suas histórias.

Como horizonte dessa reflexão e vivência, a liturgia oferece o Evangelho de Lucas 2, 22-40. Na Palavra, aparecem duas personagens importantes: Simeão e Ana. Dois anciãos. São, simbolicamente, mais que duas pessoas – são dois paradigmas que se voltam para o projeto do Menino Jesus, o Filho de Deus. Simeão e Ana são a síntese do povo de Israel que aguardava com expectativa o Messias. Gostaria de partilhar duas características que aproximam esses dois personagens, bem como, ajudam a pensar as relações familiares: fidelidade e felicidade!

Fidelidade e felicidade são desafios

– Simeão e Ana são fiéis. Ambos com idade avançada vivem a fidelidade do Deus de Israel na espera do Messias. Ambos vivem cotidianamente no Templo de Jerusalém em profunda oração, jejum e compromisso. De Ana destaca-se a sua viuvez que aprofunda o sentido da fidelidade – amou até a morte! Ana não corrompeu-se com outros projetos. Em Ana, encontra-se o sentido também daquilo que Simeão falou a Maria: “uma espada transpassará a sua alma”. O símbolo da espada se associa a dimensão do “rompimento” de projeto que Deus compromete a viver. É preciso opção, radicalidade, fidelidade ao projeto, mesmo com o sofrimento da cruz.

– Simeão e Ana são felizes. A felicidade de ambos vem da pobreza. Aser, a tribo de Ana, é a mais pequena e mais insignificante das Tribos de Israel. Aser se traduz do hebraico por alegria. A alegria que vem da pequenez. Os pobres cantam, de maneira especial, a felicidade do Menino. Simeão e Ana entoam cânticos de agradecimentos. A alegria toma conta dos velhos. Sentem-se alegres porque não são egoístas e sabem que, mesmo no final da suas vidas, puderam contemplar o Filho de Deus e que Ele mudará a história das coisas. Simeão e Ana falam e cantam a alegria em nome de Deus e em nome dos pobres – profeta e profetiza!

 Fidelidade e felicidade são desafios também da vida familiar. Como é importante a descoberta da fidelidade numa relação. Ser fiel vai para além do carnal, do sexual e chega na radicalidade do amor. Ser fiel é assumir profundamente a proposta do amor. Fidelidade tem a ver com a “espada”, porque não é só “romantismo”, mas é também clareza, é dor, é sofrimento, é compromisso com a causa. Felicidade é a capacidade de olhar para além, de ser alegre com o projeto assumido mesmo com a alma transpassada. Alegria tem a ver com bom humor, com diálogo, com partilha, com convivência, com harmonia, que são questões logicamente essenciais para a vida familiar.

Que todas/os nós saibamos entrar na dança, na ciranda do Menino com o cântico da fidelidade e da felicidade em nossos lábios. Tomemos nos braços o Pequeno de Belém, olhemos para Maria e José, aproximemo-nos desse projeto de Deus que se faz verbo, carne, gente, humanidade, generosidade, porque a “promessa se cumpriu”. Viver com profundidade isso é também rezar, no final, como Simeão: “posso partir em paz, porque meus olhos viram a salvação”.

Rezemos esse mistério!

Pe. Maicon A. Malacarne

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