[Nossa Voz] SEMANA DA CIDADANIA: A BOA NOTÍCIA ATUALIZADA

 [Nossa Voz] SEMANA DA CIDADANIA: A BOA NOTÍCIA ATUALIZADA

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Por Vinicius Borges Gomes*

Há muito tempo surgiu, na pobre Galileia, um jovem comunicador. Imediatamente fora comparado com tantos outros que passaram antes dele: Elias, Moisés, João Batista… Mas esse jovem galileu tinha algo diferente. Não era só a mensagem que trazia novidade, mas também a forma. No lugar de leis, ele pregava ensinamentos de libertação. Ao invés de ordens opressoras, soprava poesia. De fato, sua ação comunicadora foi tão forte que, até hoje, sua notícia continua presente. Isso tudo foi há mais de dois mil anos. A mensagem se chama “Reino de Deus” e seu anunciante é Jesus de Nazaré, que, antes de comunicador, foi um carpinteiro.

Há uma pergunta, diante de tudo isso, que não pode deixar de ser feita: como atualizar a mensagem de Jesus em tempos de século XXI? Será possível anunciar esse Reino de Deus para um povo que pensa, vive e age de forma tão diferente em relação àquelas multidões da subjugada Galileia?

É preciso, antes de tudo, entendermos quem são os galileus de hoje. Existem muitas pessoas desesperançadas e sofridas. Assim como os agricultores, mendigos e pescadores do tempo de Jesus, existem os favelados, os operários, os jovens desempregados, as mulheres violentadas… A quem interessa a boa notícia? Ela é, antes de tudo, anúncio de vida para quem está acostumado à morte. Ela é, prioritariamente, alimento para as mães dos Eduardos assassinados. É alento para as vítimas do preconceito, do descaso, da cultura de morte… Anunciá-la é, portanto, sinal de coragem.

Jesus teve que enfrentar outros comunicadores prioritários. Ele ousou entrar no Templo, que era o lugar desses comunicadores que detinham o poder de falar, e ousou denunciar as estruturas que iam contra o projeto de Deus. Hoje, no lugar dos mestres da lei, estamos diante da grande mídia. No tempo de Jesus eram os membros do Sinédrio que falavam, doutrinavam e imprimiam sobre o povo a lei. Detinham o poder de comunicar, porque se apropriavam da lei e a aplicavam a seu modo. Hoje isso é feito por parte dos grandes e poucos veículos de imprensa. Eles pesam sobre nós suas doutrinas mercadológicas, anunciam o deus do consumo e ignoram as faces do povo. Não há lugar para pobres, negros, índios, mulheres… Assim como não havia, há dois mil anos, espaço para os pobres, pescadores, mendigos, carpinteiros…

Comunicar a mensagem de Esperança é uma atitude de Serviço. Não será possível tê-la na primeira capa do jornal. Provavelmente ela aparecerá numa coluna de opinião sendo condenada como subversiva. Mas não importa! A Boa Notícia é insistente. Ela teima em brotar em meio ao estupro diário promovido pelos grandes grupos de mídia que, detentores dos meios, propagam suas mensagens vazias de vida. Nós, esperançosos e criativos, vamos seguir denunciando toda notícia que mata e produz mentira.

Para isso, deveremos questionar o porquê das concessões de radiodifusão estarem concentradas nas mãos de poucas famílias. Também estaremos contra a forma tendenciosa como as Juventudes são retratadas. Não hesitaremos em perfumar nossa mensagem com a poesia do Novo. Essa é a atitude de um discipulado que, para propagar a mensagem do Jovem Galileu, foi perseguido, censurado, calado…

Nós seguimos em marcha e em festa, porque à nossa frente está a Alegria Pascal. Ela nos torna comunicadores de um novo tempo, onde beberemos a Utopia, anunciada muito antes pelo maior Comunicador da História: o Jovem Galileu, Jesus de Nazaré.

Vinicius Borges Gomes é formado em Jornalismo pela UFSJ e membro da Coordenação Nacional da Pastoral da Juventude pelo Regional Leste 2 (MG e ES).

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