Fé: movimento pela vida

Luz-na-Caminhada_Fé

Primeira Leitura (Sb 18,6-9)
Salmo 32
Segunda Leitura (Hb 11,1-2.8-19)
Evangelho (Lc 12,32-48)
Por Ana Selma da Costa*

E mais uma vez Jesus nos convoca a não termos medo. O contrário do medo não é coragem, e sim, fé. Então, recebemos um convite a termos fé. Ele chama seu grupo de pequeno rebanho. Sim, aquelas pessoas que decidem seguir Cristo e se lançam verdadeiramente em busca da construção do Reino sempre serão um pequeno rebanho, pois as grandes massas estão preocupadas com outras coisas, com os shows-missas, com louvores desconectados da nossa realidade, com um mundo sobrenatural. O Reino é construído no cotidiano, na dureza da nossa realidade, com escolhas concretas pela vida das pessoas que tiveram sua dignidade apagada e seus direitos negados.

Cristo nos alerta sobre a importância da preocupação com Reino de Deus, o Reino deve ser o nosso centro, o nosso tesouro. Para que isso seja possível, deve existir uma convivência fraterna/sororal, na qual não exista a acumulação, mas a partilha, o acolhimento e o cuidado para com nossos irmãos e irmãs.

Há uma tradição bíblica, que identifica os rins como o lugar dos sentimentos, o lugar do afeto, lugar da nossa consciência ética. O rim é o lugar das nossas decisões. Cingir os rins é pedido para estar preparados e preparadas para movimentarmos nossos corpos em defesa dos valores do Reino. É requisito e expressão de fé: movimento pela vida! É saber que somos chamados e chamadas a sermos peregrinos e peregrinas, a nunca perdermos o espírito de missão!

Ficar com a lâmpada acesa: é lançado o convite para estarmos como Luz no mundo! Em meio a sinais de escuridão e de morte, podemos e devemos ser como indicadores de caminho, pessoas que facilitam os processos, guias neste mundo cada vez mais individualizado e individualizador. Mas, cuidado! A lâmpada acesa não deve ser usada para cegar nem para impedir que novidades sejam descobertas, mas para que essas novidades geradoras de vida sejam difundidas, espalhadas e conhecidas.

Os rins cingidos são para redescobrirmos nossa vocação à indignação e à missão, para que a vontade de Deus seja feita assim na terra como no céu; para que a justiça e misericórdia sejam o prato do dia; para que o pão nosso cotidiano seja concreta realidade. Para que Deus possa realmente ser Pai Nosso, pois assim, somente assim, seremos seus filhos e suas filhas. Verdadeiramente, irmãos e irmãs.

 

*Ana Selma da Costa é teóloga, compõe a coordenação estadual e faz parte da equipe de assessoria do Cebi-CE, é facilitadora na Escola de Pastoral Catequética (Espac) e assessora da Pastoral da Juventude na Arquidiocese de Fortaleza.

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