Pelo cuidado com a Casa Comum

“Louvado sejas meu Senhor, pela nossa irmã a mãe terra”, já cantava Francisco de Assis exaltando e nos alertando para o cuidado com nossa Casa Comum, cântico exaltado pelo Papa Francisco na Encíclica Laudato Si a todos os povos que habitam essa Casa Comum. “2. Esta irmã clama contra o mal que lhe provocamos por causa do uso irresponsável e do abuso dos bens que Deus nela colocou.”

Há 17 dias, arde em chamas a Maior Floresta do Planeta, não é de hoje que assistimos a devastação da floresta. Não é de hoje que seus recursos são utilizados de maneira irresponsável visando um projeto de governo que destrói e mata diariamente milhares de vidas, não apenas humanas, mas extingue milhares de espécies que compõe esse ecossistema interligado.

Na nossa mesa servimos como alimento doses incalculáveis de veneno, aumentamos as doenças que afligem não somente a espécie humana, mas toda a vida animal e vegetal.

A vida dos povos da Amazônia tem sido ameaçada dia após dia pelos projetos de desenvolvimento que privilegiam o lucro e a exploração dos recursos naturais da região, um modelo fadado ao fracasso.

Neste período de estiagem em que os povos presenciam a seca dos rios e o cessar das chuvas, vemos o acréscimo das queimadas florestais. Os povos já tem sofrido com doenças respiratórias, a falta de água nas residências e a escassez de recursos para alimentação.

Nossa relação com a Mãe que nos sustenta e nos governa é de proprietários, dominadores e exploradores, saqueando e a violentando, ainda na Laudato Si, Papa Francisco nos convida para olhar as escrituras:  “ A violência, que está no coração humano ferido pelo pecado, vislumbra-se nos sintomas de doença que notamos no solo, na água, no ar e nos seres vivos. Por isso, entre os pobres mais abandonados e maltratados, conta-se a nossa terra oprimida e devastada, que «geme e sofre as dores do parto» (Rm 8, 22). Esquecemo-nos de que nós mesmos somos terra (cf. Gn 2, 7). O nosso corpo é constituído pelos elementos do planeta; o seu ar permite-nos respirar, e a sua água vivifica-nos e restaura-nos.”

Hoje assistimos a conivência do atual governo com a degradação da Amazônia.  É preciso que nós tomemos consciência da violência que a Pachamama, esta terra que acolhe todos os povos e garante a vida no planeta, vem sofrendo. É preciso ainda, denunciar e nos opor as formas de exploração sofridas nestes tempos, promovidas pelo Desgoverno que diariamente adota medidas que contrapõem ao Evangelho. É inaceitável que o país com a maior diversidade natural, maior reservatório de água potável do mundo, corte 50% do orçamento do IBAMA para a construção do Prevfogo, centro de prevenção de incêndios e R$ 5,4mi do ICMBio que fiscaliza o combate aos incêndios.

O próprio Papa Francisco endossa o chamado do sínodo para Amazônia que se manifesta contra o comportamento predatório dos seres humanos em relação ao meio ambiente. A igreja em estado de sínodo conclama que medidas de proteção aos povos da Amazônia sejam tomadas.

Não há vida no planeta se a Amazônia continuar sendo devastada. Nós não queremos assistir a Amazônia morrer dia após dia. É um problema de todos e todas nós.

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o ano de 2019 tem o aumento de 82% de queimadas no Brasil. Tendo como destaque 5 estados  Mato Grosso do Sul, com uma alta de 260% em relação a 2018; Rondônia, com 198%; Pará, com 188%; Acre, com 176%; e Rio de Janeiro, com 173%. Se tomarmos como base apenas o número, Mato Grosso é líder, com 13.641 focos, o que representa 19% do total nacional”.

O que vislumbramos? Precisamos dar testemunho de uma ecologia integral, que garanta a dignidade da vida na nossa Casa Comum. É preciso unir forças em busca da prática do Bem Viver, que seja sustentável e integral, dizer NÃO aos sinais de morte e denunciar toda a exploração.

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