Tu vens, tu vens, eu já escuto teus sinais

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1a Leitura Is 35, 1-6a.10

Salmo 145

2a Leitura Tg 5, 7-10

Evangelho Mt 11,2-11

Por Padre Rocélio Silva Alves*

“Tu vens, tu vens, eu já escuto teus sinais” (Alceu Valença)

Terceiro domingo do Advento, estamos vivendo um tempo de paciência, busca, recolhimento e espera. O que esperamos ou o que necessitamos neste tempo?

O que espero neste tempo de espera? Será que tenho paciência para esperar o tempo de Deus? Hoje vivemos o tempo do imediato, do rápido e fugaz, as informações, os objetos e as relações cada vez mais rápidas e prontas. Mas, você o que espera? Em que ou em quem você coloca sua paciência?

Na segunda leitura de hoje (Tg. 5, 7-10) nos é falado muitas vezes sobre a paciência e como nós estamos empregando-a, será que diante das dores, tribulações e provações, manifestamos nossa paciência? Quantos homens e mulheres ao longo da história passaram por dores e provações a ponto de se encontrarem em situações limites em relação a fé e a razão, mas conseguiram manter-se pacientes e esperançosos nas promessas de Deus.

Nosso Deus vem ao encontro do seu povo e neste tempo de advento somos convidados a fazermos esta experiência com o mistério da encarnação, pois é o “Verbo que se faz carne” está encarnação do verbo, nos possibilita de maneira direta de experimentamos da misericórdia de Deus que se faz encontrar, mas será que estamos crendo nesta presença? Será que estamos buscando esperar o tempo de Deus agir? No Evangelho desde domingo os discípulos de João vão ao encontro de Jesus para pergunta-lo se ele é realmente o Messias anunciado pelos profetas e esperado pelo povo “És tu, aquele que há de vir, ou devemos esperar um outro”? (Mt 11, 2-3)

Nossa vulnerabilidade histórica nos leva a tentação de querermos sempre as possibilidades imediatas e aparentemente mais fáceis, no entanto esquecemos os sinais de Deus em nossa história, das esperanças nossas de cada dia. Você já se imaginou sem esperança? Você já se pensou sem utopia? É este caminha trágico que a humanidade esta cegamente seguindo, será que estamos fazendo uso da experiência de muitas pessoas que em algum momento mostrou que vale a pena esperar e crer neste Messias? Comecei a reflexão citando Anunciação de Alceu Valença, pois naquele pequeno trecho ele demonstra a grande esperança daqueles que amam e não se deixam abater pelas dificuldades presentes, a certeza da vinda do amado/a, certeza  do Messias que já está vindo a ponto de já escutarmos os seus sinais, traz em si um misto de expectativa, ansiedade e certeza.

Que nunca deixemos nossa esperança nas mãos do fugaz, mas ponhamos nossa confiança naquele que nos chamou a vida e nos ensinou amar.

*Rocélio Silva Alves, Padre diocesano (Tianguá-Ce); Bacharel em Filosofia e Teologia; Especialista em Juventude no Mundo Contemporâneo; Atualmente residente em Belo Horizonte, onde cursa o mestrado em Filosofia da Religião, pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE). Colaborou com a assessoria da PJ no Regional Nordeste I no Ceará.

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