Trânsito é uma das principais causas de morte de jovens

  A cada ano, 1 milhão e 300 mil pessoas morrem em consequência de acidentes de trânsito no planeta. Outras 50 milhões sofrem ferimentos vítimas deste tipo de imprevisto. Na América Latina, os desastres de trânsito matam cerca de 140 mil pessoas por ano e deixam 5 milhões de feridos.

De acordo com dados da Organização Pan-americana de Saúde (OPS), os acidentes decorrentes do trânsito representam a primeira causa de morte em crianças entre 5 e 14 anos e é a principal causa de morte de jovens com idade entre 15 e 29 anos de idade.

A falta de educação no trânsito, a precariedade das estradas e dos sistemas de segurança, e o desrespeito às leis figuram como os principais fatores de risco para os usuários. E as principais causas de acidentes são o excesso de velocidade, a ingestão de bebidas alcoolicas e drogas, e a realização de manobras arriscadas. 39% das vítimas são pedestres, ciclistas ou motociclistas e 79% dos mortos são do sexo masculino.

Para tentar mudar este panorama e reduzir o número destes acidentes, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) lançou, em maio deste ano, em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e com a Organização das Nações Unidas (ONU), o primeiro Decênio de Ação para Segurança Viária. O objetivo é reduzir, pelo menos, 50% dos acidentes de trânsito pelos próximos 10 anos em todo o planeta.

Para isso devem ser implantadas medidas para melhorar a segurança nas estradas, ampliar os serviços de emergência e reforçar a legislação de trânsito em geral, tendo como focos o uso do cinto de segurança, moderação da velocidade do veículo e a conscientização sobre a importância de dirigir sem o efeito de bebidas alcoolicas. O principal alvo da campanha são os jovens com idade entre 15 e 29 anos.

Outras ações também são exemplos para promover a paz e a segurança no trânsito, como o movimento Trânsito Mais Gentil. Promovida pela empresa seguradora Porto Seguro, no Brasil, e com apoio de outras instituições, a campanha propõe uma mudança no comportamento de condutores. "A gentileza pode ser multiplicada e crescer junto com o número de carros que circulam na cidade”, defende.

O movimento pede ainda que as pessoas relevem as ações egoístas de outros motoristas como aqueles que não deixam você ultrapassar ou tomam uma vaga que você estava esperando. "Se o outro vier disposto a brigar, não dê brechas para continuar a discussão. Quando você muda, a cidade muda, e isso começa dentro de cada um”, aconselha. Para conhecer e fazer parte desta campanha, acesse:http://www.transitomaisgentil.com.br/Default.aspx

Apesar da situação alarmante na América Latina e Caribe, algumas nações estão conseguindo reduzir pouco a pouco as ocorrências de trânsito, como é o caso de Cuba, que desde 2005 registra a menor taxa deste tipo de acidente por cada 100 mil habitantes no continente latino-americano e caribenho, e de El Salvador que desde 2010 apresenta queda no registro destes acidentes.

O Banco Mundial também destaca casos de êxito na Argentina, onde as autoridades estão trabalhando para criar sistemas de segurança nas estradas. Os dados demonstram que estes esforços valem a pena, já que nos últimos anos houve redução de 10% no número de mortes em horário de pico no país.

Caminhando na contramão do trânsito, em países desenvolvidos a frota de veículos vem reduzindo gradualmente devido a mudanças de hábitos de governos e populações, e a utilização de outros meios de transporte como a bicicleta, por exemplo, vem aumentando. Devido à isso, o número de acidentes também diminui progressivamente nestes países graças também à adoção de políticas de segurança rodoviária. Você pode conhecer o exemplo da Holanda, assistindo a este vídeo:http://www.youtube.com/watch?v=l1a_USVlXSE&feature=player_embedded

Panorama da América Latina

De acordo com o Banco Mundial, a América Latina apresenta os piores índices de acidentes de trânsito do planeta. Para se ter uma dimensão da gravidade do problema, o trânsito mata muito mais do que a violência e o crime nas cidades.

Apesar de mudanças no código de trânsito, da implantação de fotossensores, para fins de fiscalização e multa, e, da aprovação da Lei Seca, o número de acidentes de trânsito continua elevado no Brasil. Para se ter uma ideia, o trânsito brasileiro mata quase três vezes mais do que nos Estados Unidos, apesar de a frota de veículos norte-americana ser bem maior do que a brasileira.

O Peru também está entre os países latino-americanos com trânsito mais violento. Para o diretor da Polícia de Proteção de Estradas, Horácio Huivin Grandez, as causas que colocam o país neste patamar são irresponsabilidades dos condutores, por realizarem manobras proibidas e perigosas, excesso de velocidade ou estado de embriaguez. Por outro lado, ele também destacou os riscos provocados por pedestres. "90% dos acidentes de trânsito estão relacionados com falhas humanas", enfatizou em entrevista à rádio Power, em maio deste ano.

De acordo com dados do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Equador e o Paraguai também figuram como países onde ocorrem mais acidentes de trânsito na região, por cada 100 mil habitantes. Em 2011, o Equador registrou o dobro do número de mortes no trânsito em relação à 2010.

Caso não sejam implantadas medidas de segurança e prevenção, o Banco Mundial acredita que as mortes no trânsito possam duplicar até 2020. Por isso, seja cuidadoso e evite provocar acidentes no trânsito, afinal, é a sua vida que está em jogo.

Tatiana Félix
Jornalista da Adital
 

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