ROMARIA DO CENTENÁRIO DO CONTESTADO: PJ presente!

PJ Contestado

Manhã gelada. Memórias e corações bem aquecidos!

Dia 13 de setembro foi dia de celebrar, de sentir a mística e de fazer memória da Guerra do Contestado que, em 2015, completa 100 anos. A Comissão Pastoral da Terra dos regionais Sul 1, Sul 2, Sul 3 e Sul 4 (SP, PR, RS e SC, respectivamente) organizou a Romaria do Centenário do Contestado, que aconteceu na cidade de Timbó Grande, Diocese de Caçador/SC.

Timbó Grande é uma das cidades marcadas pela guerra, pelo sangue e pela resistência profética de mulheres e homens caboclas/os que lutaram munidos pela sua fé, contra latifundiários, empresas madeireiras e de estrada de ferro, governo federal e estadual munidos de armas de fogo, dinheiro e ganância. A Guerra do Contestado tem uma profunda marca da religiosidade popular, messiânica, onde o Monge João Maria era tido como o grande líder espiritual da região. Após sua morte (no ano de 1912, em Irani/SC, quando do primeiro ataque das tropas estaduais), acreditava-se que ele se comunicava com o povo através de algumas pessoas. Essas pessoas acabaram liderando a Guerra, e eram jovens mulheres e homens, como Maria Rosa, Chica Pelega e Adeodato.

A Romaria reuniu aproximadamente 10 mil romeiras/os desses quatro estados, que reavivaram a esperança e a certeza de que um novo céu e uma nova terra virão, e que para isso é preciso seguir construindo os sinais do Reino no chão que se pisa. Como filha dessa Igreja romeira, latinoamericana e das CEBs, a Pastoral da Juventude marcou presença em Timbó Grande. Jovens que ousam construir o outro mundo possível, e que sabem que para isso é preciso beber das fontes da História, do Sonho e da Luta comum. Juntas e juntos, foi tempo de beber da fonte e da mística do Contestado.

Para Giovanni Cicconet, a Romaria “foi um tempo bonito de encantamento, de memória, de profecia Celebrar o Contestado é reavivar nossa resistência contra a opressão, é lembrar que o sangue caboclo corre em nossas veias. É fazer a cruz de cedro, que era plantada na terra pelos caboblos a pedido do monge santo João Maria, brotar vida, fazer crescer a esperança, florescer amor”.

Porém, a “guerra” continua. O poder econômico e a ganância continuam matando posseiros/as, caboclos/as, indígenas, trabalhadoras/es nas terras do Contestado e por todo esse Brasil. E continua também a luta e a resistência, na fé em um Deus libertador que caminha junto com seu povo.

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