Do poço em Samaria – água do nosso batismo!

 

“Se cada dia cai, dentro de cada noite, há um poço onde a claridade está presa. Há que sentar-se na beira do poço da sombra e pescar luz caída com paciência.” [Pablo Neruda]

Que maravilha irmos reconhecendo nosso caminho através de Samaria nos passos do Mestre. Aprendemos, como jovens e assessores da Pastoral da Juventude, a ser discípulos na fidelidade ao Reino. Esse discipulado nos conduz na revitalização que estamos buscando através da vida da juventude na vida do Nazareno. Nossos olhares e palavras sobre a mística de Samaria se cruzam com tantos outros olhos e palavras que são rezadas e celebradas em cada canto desse continente. Que alegria e satisfação sabermos que essas palavras simples que temos partilhado mensalmente, junto com os mantras, tem embalado orações, partilhas, reflexões, rodas de conversa…
Nesse mês de setembro, também mês da Palavra de Deus, tempo de lembrarmos a páscoa de Dom José Mauro Pereira Bastos, saudoso pastor da juventude que se fez jovem com os jovens, e profeta no meio do povo. Partiu acidentalmente no dia da exaltação da Santa Cruz em 2006. Seu lema episcopal, curiosamente, dizia: “Pela Cruz a Luz”. Queremos refletir e partilhar, nesse tempo, buscando inspiração na água do poço de Samaria – sobre a vocação que nos vem do batismo. A água é um símbolo muito forte para nossa caminhada – de vida, de purificação, de novo ânimo, de força… nesse sentido, a água do batismo quer ser essa grande referência do colocar-se a caminho da construção do Reino, num processo de amadurecimento na fé, que implica tentações, perseguições, sinais, maravilhas, cruz e ressurreição.
Frei Betto nos ajuda a pensar sobre isso quando diz: “Pelo batismo, todo cristão assume uma vocação única: a de discípulo de Jesus. Para saber o que ele espera de nós, basta meditar o Evangelho. A boa leitura, porém, se faz com os olhos do coração, estimulada pela vida de oração e pelo discernimento da comunidade. Nesse sentido, todos somos chamados ao sacerdócio universal, que consiste em religar (daí o termo religião) a humanidade com Deus, de modo que possamos transformar radicalmente pessoas e estruturas sociais. Imprimir sentido à vida é responder ao chamado de Deus. Esta a pergunta que devemos nos fazer todos os dias: a minha vida é uma resposta ao que Deus quer para mim e para todos?
Como os jovens e assessores das Pastorais da Juventude tem vivenciado essa vocação fundamental? Como temos respondido ao que Deus quer de nós através do batismo? Vejamos quanta beleza:
Sacramento pode ser entendido como sinal visível de uma realidade invisível. Se admitirmos essa premissa de definição, a Pastoral da Juventude é o constante sinal visível de que sou corresponsável pela construção do Reino de Deus no meu dia a dia. Cada encontro da base, cada partilha, cada convivência é um chamado que se atualiza e materializa no outro(a) para que eu exerça os múnus de sacerdote, profeta e rei, dentro da minha missão na Pastoral e a partir dela.” (Lucas Oliveira – Cascavel/PR)
O batismo é o sinal que nos identifica como cristãos. A Pastoral da Juventude plenifica esse sinal na medida em que de dentro do grupo faço a vivência comunitária. Descubro-me amadurecendo a fé e aproximando meus gestos aos gestos de Jesus através de uma vivência mais profunda daquilo que conhecemos através do Evangelho. A Pastoral da Juventude é, assim, lugar de viver intensamente o batismo e testemunhá-lo na Igreja e na sociedade afim de que o Reino de Deus aconteça”. (Maria Braga – Erechim/RS)
Vejo que de forma profunda. Desde o início da caminhada na Pastoral da Juventude – e depois a militância mais concreta – faz com que testemunhemos o Reino e sejamos sinais de esperança Dele junto aos nossos grupos de base e a todos e todas. O serviço e defesa da vida da juventude faz ainda que sejamos missionários, anunciadores dessa Boa Nova, recebida no Batismo e confirmada ao longo de nossos testemunhos diários.” (Uilian Dalpiaz – Florianópolis/SC)
O batismo nos iguala na filiação divina. Comunitariamente, não há nem melhores nem piores – somos ungidos, TODOS, profetas e profetizas/sacerdotes e sacerdotisas/reis e rainhas. Não podemos aceitar e nem ser complacentes com nenhum tipo de autoritarismo. Como batizados, o único poder é serviço. Serviço dos padres, serviço dos bispos, serviço dos religiosos, serviço dos leigos e das leigas, serviço dos batizados na construção de uma Igreja serva e samaritana.
No poço de Samaria buscamos a “água viva” que sacia a sede de nosso caminho de batizados. O horizonte que se coloca, da civilização do amor, necessariamente necessita de fontes para saciar nossa sede de fé, de espiritualidade e que se tornam referenciais para o amadurecimento da caminhada. Quais são os poços que estão saciando nossa sede de batizados? Como temos feito essa experiência do batismo? Demo-nos conta do significado desse sacramento e do empoderamento que Deus concede a nós humanos através dele?
Que o Mestre nos ajude sempre a sermos discípulos mais fiéis através da vivência do
Evangelho dentro das Pastorais da Juventude em processo de revitalização. Com baldes
cheios de água viva!
Mantra:
/: Na água do Batismo
O caminho do Senhor
Sendo profetas e pastores
Pela luz do Amor…:/
 
Cladilson Nardino, estudante de Eng. Civil, membro da coordenação arquidiocesana
da PJ de Curitiba/PR
Luis Duarte Vieira – Noviço Jesuíta e Militante da Pastoral da Juventude
Maicon André Malacarne – Padre, assessor da Pastoral da Juventude da Diocese de
Erexim/RS.

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