ENA RECEBE MENSAGENS DE SINTONIA

aaa 222aaa 111A Comissão Nacional de Assessores da PJ (CNA) e assessores de várias regiões do país estão reunidos em Brasília desde quinta-feira (15) para o Encontro Nacional de Assessores (ENA). A atividade, que vai até domingo (18), tem recebido mensagens de várias lideranças, assessores e jovens. Confira a seguir as cartas de Carmen Lúcia Teixeira e Pe. Hilário Dick, recebidas pelos participantes do encontro.

Goiânia, 16 de setembro de 2016.

Gente querida,
Ontem assisti o pronunciamento do Lula e chorei junto com ele. No final ele dizia, ninguém pode me tirar da luta, porque eu sonho com um Brasil melhor. E tudo que passei na vida me dá força para continuar a acreditar…. Algo assim, dizia ele diante das acusações sem prova, porém com convicção.
Hoje olhando a foto do grupo agradeci a Deus por cada um/uma de vocês que acreditam que é possível organizar jovens para que possam Ser Igreja, dizer a sua Palavra, ser sujeito, mesmo que isto custe muito a cada pessoa, inclusive aos jovens.
Quero pedir com um coração cheio de esperança renovado na primavera que inicia, sejam fieis, primeiro ao Projeto de Jesus, que sonha com vida em abundância para todos/as, depois aos jovens para que possam encontrar no Grupo, na Comunidade o espaço para celebrar a Fé no Reino.
Estudem! Reserve tempo para a formação. Não sejam repetidores/as criem algo novo porque à juventude merece.
Peço apoio de vocês para o Projeto virtual que temos dedicado de modo incansável, madrugadas a fio, porém com esperança que a formação, a leitura… possa preparar pessoas sempre e cada vez mais autônomas.
Envio meu abraço e meu desejo de estar com vocês, abraçar cada pessoa e dizer que não podemos desanimar! Somos milhões…. pode parecer poucos, porém vamos com coragem.
Carmem Lucia Teixeira.

 
Amigos e amigas, Assessores e Assessoras da Pastoral da Juventude
Saudades de vocês e desse tipo de encontros que estão a realizar. Move-os o tema: Assessoria na Pastoral da Juventude: Chamado, Mística e Missão, alimentados pelo “não fostes vós que me escolhestes; fui eu que vos escolhi”, de Jesus de Nazaré. Fui provocado a dizer-lhes alguma coisa e vou dizer:
1. Preocupado com uma antiga militante da PJE, agora Educadora em Colégios do Rio de Janeiro, que virá entrevistar-me sobre a história de nossa Pastoral na Zona Sul do Rio, onde nasci para a assessoria, achei que seria bom ver como está a biblioteca do ex-IPJ, de Porto Alegre, agora localizada no bairro Niterói, em Canoas. Fui com medo de encontrar coisas de abandono, sujas, empoeiradas, talvez com cheiro de banho de chuva. Disseram-me que tinha gente e poderia entrar. Quando vi o que vi, eu não acreditava no que via: além de estar tudo ali nas prateleiras, livros e caixas, álbuns, pedaços de tudo que a gente fazia no IPJ, aí estavam Doris Dias, a encarregada, auxiliada por duas jovens excepcionais. Uma escrevendo coisas e a outra organizando um monte enorme de fotos que tiveram a chance de sair das caixas e pastas, testemunhas das maravilhas que lá se faziam.

2. A primeira coisa que desejo dizer-lhes é que nós somos de uma igreja da palavra, do livro. Pensando que o IPJ estava morto, o que sobrou foi a biblioteca… A Pastoral da Juventude terá mais vida, se tiver bibliotecas… pastas, relatórios, fotos, filmes, papeis e mais papéis. Quando as instituições começam a pôr fora da porta dos Centros de Pastoral relatórios, subsídios, documentos, livros, pastas… algo de diabólico está acontecendo. A Pastoral da Juventude precisa de bibliotecas… Toda a biblioteca é um ninho de utopias. Junto com Doris fui olhando o que conseguia olhar e, no dia seguinte, fui tirar fotografias do que havia encontrado. As duas meninas ficavam olhando, admiradas, ajudando em tudo que podiam.

3. A segunda coisa tem tudo a ver com a primeira: a memória. Assessor que não é, não sabe e não tem memória, tem que viver uma grande conversão. Assessor é como a vó e o vô: conta histórias para os netos/as. Nestas histórias tem sentidos, animações, inspirações, chapoletadas que nem imaginamos. Como gosto da frase do Papa Francisco dizendo que “o crente é, fundamentalmente, uma pessoa que faz memória”! Vem-me à mente uma foto que saiu no meu facebok onde estão juntos P. Henrique Faria (PU e PJE), P. Boran, Ir. Enedina, Sônia e eu, no começo dos anos 90. Quando a briga é por causa dos netos, a briga vale. Memória tem tudo a ver com personalidade, autonomia, consciência crítica, história, coerência, fidelidade. Levarei até o túmulo o fato de adolescentes da década de 70, lá em Botafogo, me terem dito que errara querendo ser doutor em Literatura Brasileira. “Teu lugar é junto com a juventude…”

4. Não estou falando de chamado, de mística e missão? Acho que sim. E quero acusá-los de um pecado que nunca confessaram. Acuso-os de não serem evangelistas, isto é, acuso-os de não serem do livro, de não escreverem evangelhos. É pecado um/a assessor/a não escrever… Faz parte do chamado, da missão e da mística do assessor ter um computador (ou coisa mais sofisticada) para escrever e não só para ler. Por isso falei de biblioteca, de memória e de escrever. Do IPJ sobrou a biblioteca; de D. Pedro Casaldáliga ficará não só testemunho, mas a poesia. Assessor e biblioteca; assessor e memória; assessor e caneta.

Nunca havia dito, o que disse para vocês. Se for achaque de idade, me perdoem. Só sei que a meninada espera de vocês livros, memórias e mãos escrevendo, tudo como chamado, com mística e como missão.

16 de setembro de 2016, festa de Cornélio e Cipriano, mártires porque fizeram o que lhes recordei. P. Hilário Dick S.J

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