Bem-aventurados/as

 Bem-aventurados/as

“Bem-aventurados/as”

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1° leitura: Sf 2, 3; 3, 12-13;
Salmo 145;
2° leitura: 1Cor 1, 26-31;
Evangelho: Mt 5, 1-12a

 

Estamos terminando a nossa Ampliada Nacional da Pastoral da Juventude, estes dias foram intensos na visita às Galileias Juvenis, na oração e no discernimento e ainda no planejamento da caminhada para os próximos anos. É momento de SER-TÃO PJ!!! E a liturgia deste domingo nos propõe já um caminho a seguir.

O Evangelho de hoje está situado no trecho conhecido como Sermão da Montanha. Neste temos uma releitura do Primeiro Testamento, Jesus aparece como o novo Moisés. Ele também sobe a montanha, mas aqui é o próprio Jesus que vai dar ao povo as leis para seguir na caminhada do Povo de Deus. Outrora foram os dez mandamentos e toda a Lei de Moisés, disposta em cinco livros (o Pentateuco), agora Jesus dá novo sentido à Lei, resgatando o que dela é mais importante, em cinco grandes discursos (Mt 5-7; 10; 13,1-52; 18; 24-25).

No tempo de Jesus havia quem seguia rigorosamente os preceitos da Lei Mosaica, mas que estava longe da vontade de Deus. A lei não é mais importante que a vida, a lei veio para servir a vida, se não for assim está errado. Deste mondo, Jesus inicia seus discursos recitando as bem-aventuranças. Este é o diferencial!

Jesus nos apresenta 8 portas de entrada para o Reino. Reino que é de Deus, Reino que é dos Ceús. Mateus, que escreve para judeus convertidos e que estão em ruptura com a sinagoga, chama de Reino dos Céus aquilo que Lucas chama de Reino de Deus, uma vez que este escreve para comunidades de pagãos convertidos.

As portas são na verdade oito categorias de pessoas: os pobres em espírito, os mansos,  os aflitos, os com fome e sede de justiça, os misericordiosos, os puros no coração, os que promovem a paz e os perseguidos por causa da justiça. Categorias estas que confrontam com os felizardos/as de nosso tempo que vivem as benesses capitalistas e que muitas vezes são ricos passando por cima dos outros, que são violentos, que tem a calmaria de quem tem poder, que provocam injustiças, que são individualistas, que são rancorosos; que promove guerras e perseguem quem luta pela justiça…

As bem-aventuranças são ótimos parâmetros para vermos se estamos do lado de Jesus ou não. Quando falamos em santidade, não seria este também um bom termômetro? Lucas (6, 20-26) ainda nos provoca colocando quatro bem aventuranças e quatro maldições. Ai de vós…

Para a Pastoral da Juventude que está vivendo Crato – 2017, bem-aventurada será se estiver com a juventude indígena, com os/as jovens do campo em também sem terra, com as jovens mulheres marginalizadas, com os/as jovens vivendo sua sexualidade e afetividade, com os/as jovens em situação de rua, com os/as jovens estudantes e também com os/as trabalhadores/as, com a juventude encarcerada e com aqueles/as em conflito com a lei e também com os/as jovens (i)migrantes e refugiados/as; bem como se estiver em suas lutas diárias e cotidianas.

Este texto das bem-aventuranças tem nos ajudado a rezar nossos mártires latino-americanos em vários momentos de nossa caminhada pastoral. É por entender o Reino anunciado por Jesus a partir desta perspectiva é que muita gente entregou suas vidas, defendendo a vida que é o dom maior, sem perder de vista de que o Reino é (presente) destes bem-aventurados/as; não é uma promessa futura (será). Assim, todos/as somos chamados/as a construir a Civilização do Amor, o Reino de Deus, hoje, agora!!!!

Um aspecto importante a ser refletido é que Mateus faz um acréscimo interessante, inclusive para os dias atuais: ele vai dizer que são felizes os pobres em Espírito… Não basta ser pobre para estar entre os bem-aventurados… a pobreza em via de regra é determinada por questões sócio-econômicas, não adianta ser pobre e querer ser e fazer tal como os poderosos e ricos que se esqueceram da proposta de Jesus de um mundo de irmãos, de justiça, que gera vida, em que todos são convidados a mesa; em que poder é serviço, dentre outras coisas mais…

Paulo nos ensina que Deus confiou e escolheu àqueles/as que o mundo considera fraco. Que escolhamos também! Há uma música que diz que “eu acredito que o mundo será melhor quando o menor que padece acreditar no menor” que esta canção seja nossa convicção! Que não inferiorizemos ninguém, muito pelo contrário, se estamos melhor que o/a outro/a que o/a ajudemos a melhor sua condição, somos todos/as iguais, diferentes, mas igualmente dignos/as, todos/as filhos/as do mesmo Pai e Mãe e amor e bondade!!!

Que o salmo de hoje seja nossa oração para nos esperançar na caminhada! Façamos florescer!!!

 

Por Pedro Caixeta
CEBI GO
Coordenador Nacional da PJ (2006 – 2009)

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